*FOTO: Djanira. Catálogo da Exposição do Museu Nacional de Belas Artes (pág. 19); São Paulo, 1976. TRAJETÓRIA DE VIDA Nasceu em Avaré - SP, em 20 de junho de 1914 e faleceu no Rio de Janeiro - RJ, em 31 de maio de 1979, aos 65 anos. Descendente de austríacos e de índios guaranis, Djanira da Mota e Silva passou a infância em Porto União (SC), onde trabalhava na lavoura. Na adolescência, voltou para a cidade natal, Avaré (SP). Em 1928, seguiu para São Paulo, onde foi vendedora ambulante. Ganhava pouco, morava e comia mal, mas trabalhava além de suas forças. Contraiu tuberculose e foi internada no pavilhão de pacientes terminais do Sanatório Dória, de São José dos Campos, nos 1930. No hospital, teve acesso pela primeira vez a pincéis e telas. Djanira passou a pintar figuras de um Cristo contorcido em dores, como os pacientes do pavilhão dos desenganados. Para espanto dos médicos, ela se recuperou e recebeu alta, quase que completamente curada. Mudou-se nos anos 1940 para o Rio de Janeiro, onde se casou com Bartolomeu Gomes Pereira, um maquinista da marinha mercante. Ele morreu quando um submarino alemão torpedeou o seu navio na Segunda Guerra Mundial. Viúva e sozinha, alugou um quarto na Pensão Mauá, em Santa Teresa, e viveu como costureira. Os outros hóspedes eram estudantes de pintura com poucos recursos e alguns pintores estrangeiros refugiados de guerra. Entre eles, o romeno Emeric Marcier, que trocou casa e comida por aulas de arte. Djanira aprendeu técnicas, porém, permaneceu fiel ao seu estilo simples. Próximo à pensão, o Hotel Internacional reunia pintores mais ricos, como os exilados franceses Arpad Szenes e sua mulher Maria Helena Vieira da Silva. Djanira passou a receber apoio. Participou do Salão Nacional de Belas Artes em 1942, e fez duas exposições coletivas e uma individual. Toda a obra de Djanira está marcada por sua pesquisa sobre a cultura de nossa terra. Em 1950, mora por seis meses com os índios Canela do Maranhão antes de pintá-los. Em 1952, viajou pelo Brasil para colher imagens do cotidiano e de festas religiosas. Essa foi a fase mais expressiva de sua carreira. Representou pescadores, trabalhadores do campo e da cidade, e o místico sincretismo do catolicismo e cultos afro-brasileiros. O painel "Santa Bárbara" (1964), de 130 metros quadrados e 5300 azulejos, é um dos melhores exemplos desta fase e está hoje no Museu Nacional das Belas Artes do Rio de Janeiro. A obra é uma homenagem aos 18 operários mortos na abertura do Túnel Santa Bárbara, entre os bairros de Catumbi e Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Em 1979, com a saúde novamente debilitada, entrou na Ordem Terceira do Carmo e mudou o nome para Teresa do Amor Divino. Morreu no convento. OBRAS Painel de Djanira (Santa Bárbara) no Museu Nacional de Belas Artes - MNBA Rio de Janeiro-RJ Estudo para o Painel de Azulejos do Túnel Santa Bárbara guache s/ papel Colheita de Café xilogravura impressa s/ papel A Indústria Automobilística Brasileira óleo s/ tela |
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
BIOGRAFIAS: DJANIRA MOTTA E SILVA
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